domingo, 25 de novembro de 2007


Para uma Artista Plástica

Desequilíbrio

Corpo distante
Olho ausente
Mãos intocáveis
Gestos incomunicáveis
Ausência total de presença
Voz atrofiada
Sentimentos reprimidos
Coração descompassado
Cérebro acelerado
Ossos em inércia
Músculos frigidos
Memória ativa
Emoções desconectadas
Vida sem sentido
Cheiro inalável
Pensamentos voando
Doença sem remédio
Tristeza sem fim
Ansiedade dilacerando
Desejos fugindo
Pseudovida realizada
Sonhos inexistentes
Pesadelos constantes
Alma agonizante
Desequilíbrio iniciado
Pela tua simples falta.

sexta-feira, 2 de novembro de 2007

Bomba Atômica

Bomba Atômica

Não me importa mais o que se possa construir
Porque as palavras que me restam não são as mesmas
Algo tão profundo e devastador vive aniquilando-me
Como um parasita que só deseja sugar-me até o fim
Não adianta lutar contra o inimigo que está em mim
Os olhos sem mesmo um pingo de brilho e vivacidade
Os pensamentos auto-destruitivos e entristecidos
No semblante da minha face uma expressão dolorida
Apenas respirando por obrigação de uma mera vida
Que os medos sejam meus desejos realizados
Um olhar horinzontalmente vendo um longo caminho
Para um lugar tão distante e misterioso
Que talvez esse tempo de contemplação
Seja o último instante de um tempo para mim mesmo
Por trás daquelas nuvens existe um mundo fascinante
Como a linha tênue entre a vida e a morte
Não existindo nenhum porto seguro para o coração
Somente um alimento para existência humana
E não me diga que há um poço de esperança
Depois que a bomba atômica atinge seu alvo
como uma seta de fogo queimando o paraíso
E todo o estardalhaço dos vidros cortam minha pele
Como as palavras de injúrias proferidas pelo caluniador
Os átomos separam-se como meus sonhos da realidade
Restando um longo caminho para encontrar meus pedaços.

Angústia Juvenil


Angústia Juvenil

Às vezes acho que me sobra um vazio tremendo
Quando os dias passam iguais e não aprendo
Não entendo que a vida nos passa correndo
Que ficar preso ao passado e pensando no futuro

Deixa-me ébrio de tédio do presente e desacreditado
Talvez o meu amanhã mude como o tempo chuvoso
Ou mesmo possa sentir a travessia do destino
Ser não mais um martírio e sim um desatino

Um desatino de uma tarde chuvosa e introspectiva
Porque às vezes eu acho que o tempo é o reflexo
Reflexo do meu interior, tempestades de imprecisão
Rajadas de dúvidas que insistem em secar meu coração

Que a neblina não tome conta dos meus sentimentos
Que as tormentas não me atormente como pesadelos
E eu aqui esperando o ciclone possa levar o tédio
E que a chuva possa florir e trazer os bons momentos

O importante é que sempre haja tempo para mudar
Mesmo que seja apenas uma doce angústia juvenil
Como um livro de memórias póstumas aos meus sonhos
Que insiste em abrir sempre uma nova página.